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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

23:11

A Tenebrosa Noite de Tempestade

Era uma noite chuvosa quando um pai e sua filha voltavam do hospital onde ficaram o dia inteiro na espera que a esposa e mãe estava internada. Uma grave doença desconhecida consumia sua vida e os médicos não sabiam o que fazer.
Como o hospital era longe, eles tinham que cruzar uma longa estrada escura que cortava um grande bosque. O som da chuva batendo no teto do carro , fazia um barulho relaxante e a garota começou a cochilar.
Repentinamente um grande estrondo fez-se ouvir. O trovão veio forte e um relâmpago iluminou a noite. O pai segurou firme o volante e o carro derrapou na estrada molhada até bater em um barranco.
Após verificar se sua filha não estava machucada o homem decidiu sair do carro para ver os estragos que o veículo havia sofrido. Os dois pneus dianteiros estavam furados e uma das rodas amassada.
- Parece que passamos por cima de algo grande na estrada. – disse o homem.
A filha, debruçada na janela, perguntou receosa:
- Mas você pode consertar pai?
- Não – disse o homem balançando a cabeça. – Eu só tenho um estepe e vou ter que voltar a pé até a cidade para encontrar alguém que possa nos rebocar. Não é longe daqui. Você pode esperar no carro até eu voltar.
- Tudo bem. – disse ela . – Mas não demore muito tempo.
O pai percebeu o medo nos olhos de sua filha e afirmou que iria o mais rápido possível.
A filha olhou pelo vidro de trás até ver o pai desaparecer , andando pela estrada no meio da noite.
Havia passado mais de uma hora e o homem ainda não tinha retornado. A garota começou a ficar preocupada, qual seria o motivo de tanta demora? Será que seu pai não havia encontrando nenhum reboque? O medo de ficar naquela estrada escura aumentava cada vez mais, até que ela viu um vulto ao longe, vindo pela estrada.
Inicialmente ela ficou alegre, pois pensou que fosse seu pai, porém a alegria inicial foi virando medo quando ela pode perceber que era um homem estranho que vinha andando pela estrada. Agora, mais perto e iluminado pelos eventuais relâmpagos podia ver que se tratava de um homem alto, vestindo macacão e com uma barba em torno do rosto. Notou que algo grande estava sendo carregado em sua mão esquerda.
A garota começou a ficar nervosa e rapidamente trancou todas as portas do carro, após fazer isto e se sentir mais segura olhou para fora: o homem havia parado e olhava fixamente para ela há uma distância alguns metros.


De repente ele levantou o braço e a menina soltou um grito horripilante. Seu corpo todo tremia, as lágrimas invadiram seus olhos e apavorada viu que na mão esquerda o homem segurava a cabeça decepada de seu pai.
Seu coração batia aceleradamente e ela gritava sem parar. A expressão grotesca deu seu pai era horrível. A boca estava entreaberta com a língua de fora e os olhos estavam todos brancos.
Do lado de fora, colado em sua janela o homem olhava com raiva para ela. Seus olhos estavam injetados de sangue e seu rosto era coberto de cicatrizes. Por um breve momento ele ficou sorrindo para ela como se fosse um louco, então lentamente ele colocou a mão no bolso, tirou algo e agitou para que ela visse.
Na sua mão estava as chaves do carro do seu pai...

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

20:19

HISTÓRIA REAL - APEGO MATERIAL

Minha mãe e eu nos mudamos para uma casa onde a mulher era muito apegada em bens materiais então ela era muito apegada na casa.
Ela foi para o hospital ficou internada e morreu e nos mudamos para a casa dela no começo da mudança começamos a ouvir barulhos, luz da cozinha acendendo sem ninguém na cozinha, mais até aí ok.
Um dia minha mãe sentada na sala viu ela na porta do quarto onde ela dormia, só que a antiga dona da casa apareceu só a cabeça aí minha mãe disse "sai daqui pois você não pertence mais este mundo".
Em uma outra vez minha amiga entrando na cozinha viu ela sentada na cadeira olhando para ela. Eu ainda não tinha visto ela.
Um dia fui escovar os dentes quando abaixei para lavar a boca senti algo me empurrando para cima da pia, o empurrão foi tão forte que quase bati minha cabeça no espelho, ia corta minha cara toda mais eu consegui segurar a cabeça para não bater.
O mais interessante é que no quarto que ela dormia eu me sinto protegido e ao mesmo tempo sendo observado.

Porta onde ela apareceu

Enviada por: Ricardo Júnior

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

23:22

O BAILE

Era um sábado à noite… O baile iria começar às 23:00 hs. Todos chiques, bem arrumados, vestidos para uma noite de gala. Mulheres lindas, homens charmosos.
Richard tinha ido ao baile sozinho. Não tinha namorada, apesar de ser muito bonito. No baile conheceu uma moça muito bonita que estava sozinha e procurava alguém com quem dançar.
Richard dançou com ela a noite toda, e conversaram por muito tempo. Acabaram se apaixonando naquela noite, mas tudo só ficou na conversa e no romantismo. No final do baile, Richard prometeu que levaria a moça embora, mas de repente ela sumiu. Ele procurou-a por todo o salão por muito tempo. Como não encontrou, desistiu e foi embora.
No caminho para sua casa, ainda muito triste, ele passou em frente ao cemitério e viu a moça entrando lá. Desconfiou do que tinha visto… suspeitou que fosse o cansaço e que estivesse sonhando.
Quando Richard chegou em casa, ele não conseguia dormir, nem parava de pensar na cena que tinha visto da moça entrando no cemitério.
Quando amanheceu o dia, Richard não se conteve e foi ao cemitério. Estava vazio e ele não encontrou ninguém. Passando por um dos túmulos, ele encontrou a foto da garota, vestida como no baile. E lá estava registrado que ela tinha morrido há dez anos.
E um detalhe: Ninguém viu a moça com que Richard dançou a noite toda, a não ser ele. Ninguém mais viu a tal mulher entrando ou saindo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

23:41

SLENDER MAN - A LENDA

Será uma lenda ou realidade?

Quem é essa criatura que esta assustando diversas pessoas pelo mundo?
Bem, o que sabe sobre ele, é que tem a aparência de um homem magro e esguio, com um rosto sem face, como se estivesse com uma mascara branca. Também sabe-se que ele tem braços longos e pode estica-los a tamanhos desumanos.
Seu alvo principal são as crianças, ele fica as espreitando por dias antes de raptá-las. Porém a relatos de adultos que já viram a criatura. Sua aparição é mais comum em florestas ou parques, mais ele também gosta de observar pessoas dormindo, principalmente as que deixam as janelas abertas a noite.


Casos reais:

Em 2014 duas adolescentes esfaquearam uma"amiga" 19 vezes, elas á atraíram para a floresta e cometeram o crime, por sorte a garota conseguiu escapar e foi socorrida a tempo. No interrogatório as garotas disseram que tinham feito aquilo para impressionar o Slender Man. Que amigas hein?!



Em outro caso, uma adolescente colocou fogo na própria casa, com a mãe e o irmão menor dentro, por sorte eles conseguiram escapar. A garota disse estar sob a influencia do Slender Man, e no diário dela, foram encontradas algumas frases sinistras!
Temos ainda um documentário, supostamente real, onde um pai extremamente desesperado, presta depoimento sobre o sumiço da filha, o áudio é bem forte e perturbador.
Assistam ao vídeo abaixo e tirem suas próprias conclusões!



E cuidado, fechem as janelas!!

Créditos: Elaine Flores

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

19:52

AS NOITES NO FAROL

Não vou falar do mar como falam os poetas, floreando em versos o eterno vai e vem das ondas, o som da espuma a se espalhar sobre a areia ao pôr do sol para o deleite dos enamorados e para a dor cálida dos solitários. Nem vou falar do mar como os pescadores, devotos apaixonados e reverentes desta força incontrolável e imprevisível que tudo lhes dá e que tudo toma se não for devidamente respeitada. Tão pouco vou falar como os cientistas, estes ingênuos detentores da informação que mapearam seus abismos e catalogaram suas espécies e como suas correntes afetam os verões e os invernos e causam tempestades. Não, eu vejo o mar de outra forma. Chegamos num sábado frio e úmido, já perto de anoitecer, Lembro como se fosse hoje. As docas de madeira escura com uns poucos barcos de pesca atracados e o chuvisco caindo leve. As colinas escondidas pela neblina. Já faz muito, muito tempo. Este velho ainda era um rapaz forte, aventureiro. Naquele tempo eu era da marinha. Quando não estava embarcado, estava com os outros marujos bebendo no porto, cortejando as damas de vestidos decotados que frequentavam aqueles lugares. Não era uma vida ruim, apesar da trabalheira e todas aquelas ordens. Numa daquelas feitas, estávamos num porto da Costa Rica quando um dos oficiais passou dos limites com uma moça. Eu já bêbado tomei as dores e foi uma confusão do diabo. No fim fui em cana no navio por uns dias e o oficial foi para a enfermaria consertar o olho e o nariz. Não posso dizer que não valeu a pena. Ganhei uma consciência limpa e um orgulho bem polido depois disso, embora tenha ficado retido por um tempo para serviços administrativos e internos, sem pisar em um convés. Foi assim que me ajeitei na vida, aos poucos. Fui gostando de estar mais tempo em terra, passar mais tempo com amigos, namoradas. Claro, eu não sabia que a punição pessoal daquele oficial filho de uma rameira ainda estava por vir. O filho de uma puta entendia bem que a vingança era mais doce depois de fria.
Desse jeito, fui mandado para supervisionar as obras de um farol na costa de uma cidade bastante longe. Eu não volto lá faz bastante tempo e prefiro não dizer aonde é. Não quero que um curioso invente de investigar o que eu digo para saber se é verdade e, bem, aconteça algo. Nem estou pedindo que acreditem em mim, eu mesmo não acreditaria nessa história se a ouvisse de alguém, só não acho uma boa ideia irem atrás de coisas que é melhor serem esquecidas. Mas estou velho. Velho e já bem cansado de guardar esse segredo, não sei se quero levar isso para a cova. Acho que vocês me entendem.
Partimos numa manhã de sábado numa fragata. Era junho. Lembro disso porque as pessoas estavam começando a enfeitar suas casas para as festas juninas e naquela manhã o céu estava bem nublado. A viagem foi até tranquila, mesmo com a chuva que ia e vinha e as ondas que o vento levantava.
Chegamos lá sem problemas. Uma cidade pequena, cheia de pescadores, ao pé de umas colinas bastante altas. O mar ali era frio, vasto, com ondas largas. O oficial responsável pela obra me falou que ali teríamos de reformar e modernizar o farol antigo, ainda iluminado a querosene. Eu teria que acompanhar tudo de perto e ajudar a implementar as modificações porque eu seria o responsável por aquele farol. Eu não sabia como receber aquela notícia. Estava acostumado ao novo tipo de trabalho, a nova rotina, embora sempre tenha gostado de navegar e aventurar. De repente me ver ali, naquele fim de mundo, operando um maldito farol?



Não foi difícil perceber por quê fomos mandados ali. Mesmo aquela cidade sendo pouco mais que uma vila de pescadores isolada nos confins do litoral, e o acesso ao farol fosse uma estrada deserta de cinco quilômetros até um minúsculo píer, aquela região era rota de várias embarcações. O mar ali era agitado, quase sempre enevoado ao fim do dia e durante a noite, permeada por uma linha de rochas bastante perigosa que já havia posto a pique algumas embarcações. Um brigue de bandeira italiana no começo do século XX se chocou com as pedras e naufragou, matando mais de trinta pessoas, e um pesqueiro nos anos 1950 também afundou após bater nas pedras não muito longe de onde o brigue italiano havia naufragado. O pequeno farol que opera lá já era muito, muito antigo, precisava de uma iluminação mais potente e de uma sirene para o nevoeiro.
Trabalhávamos durante o dia, e nem era tanto trabalho assim instalar a nova iluminação e o sistema da sirene. Durante a noite eu ficava no farol com o faroleiro antigo que estava para se aposentar. Um pescador já muito idoso que, mesmo naquelas vestes humildes e em sua voz branda, tinha uma nobreza nos modos que inspiravam muito respeito, o velho Sebastião. Havia nascido numa senzala e em sua vida havia testemunhado tanta inequidade que preferiu ir para longe das pessoas. Vivia sozinho ali, num casebre no meio do nada junto à estrada do píer, pescando nas horas de folga do dia e manejando o farol à noite. O Velho Sebastião me contava coisas de outros tempos, me falava das lendas do mar. Algumas coisas que fariam qualquer um pensar bem antes de pisar num convés e trancar bem as portas antes de dormir se morassem nos ermos do litoral. Uma vez ele me contou sobre a coisa que devastou uma pequena esquadra da Marinha dos Estados Unidos muitos anos antes.
- Vou contar uma coisa ao senhor, Seu Matias – disse ele com um jeito sério, pitando o cachimbo, coçando a barba. – Uma vez estávamos eu, Mestre João e o português Afonso na pesca, lá no alto mar. Faz já muito tempo, acho que era 1925 ou 1930, por aí. Tava um tempo gostoso, o friozinho de abril começando a bater. Foi o português que viu lá de longe um bote perdido. Daquela distância não dava pra ver ninguém e a gente na mesma hora virou a traineira e foi atrás pra socorrer e ver se tinha alguém vivo. Quando abordamos o bote encontramos os marujos quase desmaiados, amontoados num canto do barco. Estavam desidratados, morrendo de fome, meio doentes, coitados. Trouxemos eles a bordo e rebocamos o bote até o atracadouro da vila. Mas o que chamou a atenção da gente, Seu Matias, era que aqueles homens pareciam, mais do que qualquer coisa, profundamente assombrados. Pelas roupas e pelo bote deu pra notar que eram da Marinha dos Estados Unidos, mas deu algum trabalho entender que eles naufragaram de repente sem conseguir mandar um SOS e eles nem achavam mais que estavam sendo procurados pelo resgate porque certamente foram dados por mortos. É claro que a gente estranhou aquilo, né? Já viu marujo estrangeiro, potentado, não mandar nem um pedido de ajuda? A gente deixou pra lá, era mais importante ajudar aqueles desvalidos. Ninguém nunca soube disso, claro. Os militares guardam segredo melhor do que vocês pensam e ninguém daquela vila humilda ia sair de onde estava para contar as coisas que ouvia. Aqueles pobres homens estavam machucados e esgotados, assustados com alguma coisa que não era apenas a fome e a sede do naufrágio, falavam somente em inglês e ainda assim não pareciam ansiosos para conversar com ninguém. Mas um deles falou. Um dos homens falava um pouco de espanhol, que Afonso entendia, e usou sinais e gestos para tentar contar sobre o incidente. Estavam em algum ponto do Atlântico Sul, patrulhando as águas, disse ele, quando avistaram um pequeno grupo de ilhas que avistaram ali perto. Não lembrava de ter visto menção ao minúsculo arquipélago em nenhuma carta náutica antes e resolveram investigar. A maior das ilhas era pouco mais que um rochedo cercado por uma praia e não devia ter sequer um quilômetro de extensão. Depois de algumas horas estacionados naquele local, os oficiais deram a ordem de suspender as âncoras e partiram naquela mesma tarde, e o sol estava se pondo quando o sonar acusou de repente alguma coisa imensa navegando abaixo deles. A Primeira Guerra tinha acabado já, mas não fazia tanto tempo assim, tinha deixados muitos homens marcados. Os homens estavam tensos e, achando se tratar de inimigos, atacaram com cargas de profundidade. Mas aquilo não era o inimigo. Ao menos não o tipo de inimigo que eles esperavam. O marujo contou que não pôde ver o que os atacou. Estava no convés principal pronto para assumir um dos canhões ouvindo alarme do navio quando ouviu o rugido de um animal gigantesco - disse ele que aquilo o deixou um ou dois dias sem ouvir direito – e viu alguma coisa imensa emergir de repente, adernando a embarcação onde estava. Num relance, entre as ondas, quando tentava se agarrar em alguma coisa pra não ser lançado ao mar, ele chegou a ver o que lhe pareceu a cauda de um réptil colossal desabar com um golpe sobre o navio, partindo-o ao meio e atirando ao mar toda a tripulação em meio aos destroços. Enquanto tentava se salvar ele ainda viu uma coisa imensa despedaçar outros dois navios. Foi um ataque devastador e fulminante que sequer deu tempo de pedirem socorro, em menos cinco minutos restavam apenas manchas de óleo boiando junto com algum destroço no meio das ondas. Ele e alguns outros marinheiros conseguiram recuperar um bote e alguns suprimentos. Depois disso eles ficaram muitos dias entregues à sua sorte e semanas depois a gente achou eles. O homem que relatou à gente esse ocorrido disse também que um dos seus colegas, que morreu a bordo do bote dias antes de os encontrarem e foi jogado morto ao mar, contou ainda agonizando que naquela ilha eles haviam encontrado um estranho círculo de pedras parecendo algum tipo rudimentar de templo ou monumento e ali, no meio do círculo, um tipo de altar rústico e aparentemente muito antigo. Naquele altar havia um pequeno obelisco de pedra escura cujas faces eram cobertas de entalhes hieroglíficos que ninguém identificou e figuras de estranhas criaturas. Ele havia sido um dos homens que recolheram aquela peça ao navio naquela tarde e achava que a coisa os havia os havia seguido atraída pelo estranho obelisco. O objeto lhe inspirava uma inquietação, disse ele, e uma sensação de mau presságio e o primeiro navio que atacou foi justamente o que a transportava.
Depois de me contar isso o velho se calou e ficou ali pitando o cachimbo. Nunca vou saber se aquilo foi verdade, se foi invenção do Velho Sebastião. As pessoas que ouviram aquela estória se foram há muito tempo. Os marinheiros foram entregues às autoridades, que se encarregaram de seu retorno e nunca mais ele os viu, segundo me contou. O próprio Sebastião, que Deus o tenha, há muito é falecido. Ao menos assim imagino, pois um dia ele seguiu com seu barco para pescar e jamais tornou a ser visto, foi o que me contaram.
Mas isto foi apenas uma estória contada por um pescador idoso que gostava de uns goles de aguardente quando não estava muito ocupado. A estória que ele me contou quando me disse para ter cuidado com o mar e com as coisas das profundezas na tarde em que me deixou as chaves do farol e foi embora dali. Foi uma das últimas vezes que vi o velho Sebastião.
Uma coisa que notei nas minhas primeiras visitas ao farol, embora não houvesse dado nenhuma atenção no momento, foram as pedrinhas em alguns pontos ali do dique. O farol ficava num rochedo a um quilômetro, mais ou menos, da arrebentação, e esse rochedo era a parte mais alta de um recife que formava uma ilhota delgada cuja maior parte permanecia submersa, ficando à tona somente na maré baixa, deixando uma ínfima praia pedregosa e triste em sua extensão. Andando por ali, vi que havia pequenas pilhas de pedras lembrando vagamente pequenas pirâmides. Somente quando passei a ficar sozinho ali é que comecei a prestar mais atenção naquelas pedras. Os pescadores quase nunca encostavam ali, as noites ali no farol só não eram mais solitárias porque eu sempre levava algum livro para ler e algumas revistas de palavras cruzadas. Mesmo o rádio que eu levava raramente captava alguma estação com nitidez. Ainda assim de vez em quando, ao amanhecer, ali estavam as pedras empilhadas como pequeninas pirâmides, estranhamente alinhadas em curiosas formações. Aquilo, aos poucos, começou a me intrigar e passei, então, a prestar mais atenção ao que se passava lá fora. Passava horas bebendo café para não cochilar e com os olhos vidrados na arrebentação nevoenta durante a noite inteira, mas nada via de extraordinário. Mas não podia conter aquele misto de curiosidade e um certo receio cada vez que encontrava as pedras empilhadas. Alguém estava visitando o farol naquela desolação no meio da noite e fazendo aquilo. Aquele pensamento, antes somente curiosidade, aos poucos foi crescendo para uma suspeita cada vez mais inquietante. E a cada vez que encontrava aquelas pedras, a suspeita passou lentamente a me encher de horror. Às vezes, mesmo com aquele medo que sentimos ao nos encontramos sozinhos em lugar tão ermo e impressionados com algo estranho qualquer, eu arriscava sair do farol para uma inspeção rápida. Meu sangue ás vezes gelava quando ouvia apenas o barulho das ondas quebrando contra o dique.
Numa noite, rapaz, eu estava mais impaciente que de costume. A curiosidade me fez descer os degraus do farol e ir até lá fora, como cheguei a fazer algumas vezes. Era uma noite de lua cheia e do mar vinha aquele nevoeiro salgado que eu começava a olhar com suspeita e mesmo já com algum temor. Caminhei ao longo do molhe ouvindo as ondas baterem com força contra as pedras e o vento zunindo frio em minhas orelhas. Meus passos crepitando no cascalho molhado do recife e os respingos das ondas me acertando vez ou outra. Sim, era contra o regulamento abandonar o farol, mas ninguém precisava saber daquilo. Eu era a única pessoa que pisava ali – ao menos deveria ser - além do oficial que, muito raramente, passava por ali durante o dia para uma inspeção.
Fui caminhando pelo dique até o final e fiquei algum tempo ali, de pé sobre uma pedra, olhando o nevoeiro iluminado pela lua, admirando com uma mistura de melancolia e medo, aquela desolação. Estava frio naquela noite. Fiquei ali um bom tempo com os braços cruzados olhando as grandes ondas. Sabe a expressão ‘gelar de medo’? Faz realmente ideia do que quer dizer isso? Eu desci da pedra depois de um tempo e me pus a caminhar de volta ao farol. Havia caminhado mais ou menos um terço do caminho. Foi quando eu os vi. Não sei exatamente o que eram, mas eles estavam lá, posso jurar por minha alma. Não pude vê-los com clareza, o nevoeiro era denso e a luz do farol, que iluminava bem a vastidão do mar adiante não iluminava bem o dique abaixo. Imagino que deviam ter a altura de um homem alto, não dava para saber. O que vi foram os braços muito longos, chegando aos joelhos. As mãos largas de dedos compridos e estranhos, tentaculares. Os corpos humanoides curvados e grotescos, com as cabeçorras de contornos aterradores embaçados pela névoa. E os olhos. Olhos imensos e amarelos, vidrados, com aquela luz fria e extraterrena como os de um peixe abissal. Aquelas coisas, creio que havia três delas, ficaram ali no nevoeiro, movendo-se numa espécie de ritual silencioso a empilhar as pedras. Moviam-se de um jeito esquisito, repulsivo, com aqueles longos braços esqueletais. Eu não consigo encontrar palavras para dar ideia do horror daquele instante. O que me lembro é que fiquei ali, trêmulo, catatônico de pavor e uma das criaturas, de repente, pareceu fixar aquele olhar pavoroso em mim. Em seguida as outras moveram estranhamente a cabeça, me apontando aqueles olhos medonhos. Acho que jamais vou conseguir explicar com a devida clareza o pavor que senti naquele instante. Havia somente o som do mar, o vento, e aqueles vultos sinistros e me encararem através do nevoeiro. Não sei como não quebrei uma perna ou o pescoço na minha fuga por aquelas pedras molhadas. Acho que é como aquelas coisas impossíveis que fazemos quando estamos apavorados, não é isso? Saí em disparada pela margem do dique oposta a arrebentação, mais acidentada e perigosa, me agarrando pelas pedras e saltando desesperado até alcançar o farol e fechar a pesada porta de ferro atrás de mim. Corri para o alto de lá fiquei a ouvi-los bater e arranhar lá embaixo até que o dia começou a raiar e eles se foram.
Durante o resto do tempo em que fiquei como operador do farol eu jamais tornei a sair durante a noite, e sempre conferia as balas do meu revolver antes de pegar o bote para o dique. Também jamais passei uma noite sossegado junto ao mar. Sempre verificava as trancas das portas e janelas e sempre deixava uma luz acesa e uma arma ou faca ao alcance da mão. Não sei o que vi naquela noite, não sei o que eram aqueles seres, mas, creio que não queriam ser descobertos. Ainda posso ouvir as tenebrosas batidas na porta de ferro do farol quando deito pra dormir, fazendo meu corpo se enregelar de medo, o raspar arrepiante das garras arranhando o metal e aquele som apavorante que faziam nas noites em que eles vinham me visitar. Eu nunca sabia quando eles viriam. Cada noite era uma espera interminável.
O farol, por fim, foi desativado alguns anos depois. Fui seu último operador. Lembro que fosse ontem a manhã em que tranquei aquela porta de ferro com um som tumular e tomei o bote de volta para a vila, de onde retornei à minha cidade. Nunca mais voltei lá e nem pretendo voltar, se querem saber. Jamais vou esquecer aqueles olhos fantasmagóricos me encarando vidrados no nevoeiro.
Sempre que forem a uma praia deserta, deem uma boa olhada se não há pedrinhas empilhadas ou algum desenho estranho na areia logo ao amanhecer, e sempre, sempre confiram as trancas de suas portas e janelas caso estejam junto ao mar. É somente um conselho que dou, pois tenho certeza que nenhum de vocês desejaria encontra-los.

Créditos: Alexandre Ricardo de Santana

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

18:28

ARTEFATO

Um anel pesado de metal rústico, adornado com uma pedra negra bruta de um brilho profundo e intenso. Nada que despertasse grande interesse ou cobiça, mas que ainda assim chamava a atenção por sua beleza peculiar que parecia vir de um tempo inimaginável. Mateus segurou diante dos olhos o objeto que acabara de encontrar, cheio de interesse. Pareceu a ele ser um antigo amuleto. A quem havia pertencido? Quem havia sido seu dono? Que valor lhe fora atribuído? Dizia-se que, outrora, aquele lugar onde havia achado o anel fora um local sagrado para as tribos pré-históricas e seus extintos descendentes. Um terreno onde apenas xamãs e feiticeiros podiam pisar. Mateus olhou ao redor de si, contemplando o silêncio e a desolação da vasta paisagem. Estava no alto de uma imponente colina onde funcionava a estação de monitoração de satélites onde trabalhava. Na verdade, a estação nada mais era que uma pequena sala de operação abrigando uma compacta e complexa combinação de equipamentos eletrônicos. Ao lado, erguia-se uma enorme antena de ferro pintada de branco e vermelho repleta de transmissores e receptores de sinais. Ali no alto o terreno era pedregoso, seco e sem vida. Ao redor do topo, o mato crescia em profusão, engrossando à media que ia descendo a encosta e logo se fechando numa mata inescrutável que se estendia longamente até as distantes margens da estrada que cortava a região. Diziam os poucos habitantes daquele lugar isolado e remoto que “coisas estranhas” aconteciam ali na mata.
Mateus pôs no bolso o anel, fitando mais uma vez a mata mais abaixo, sentindo o vento fresco nas orelhas. Olhou o céu, onde escassas nuvens negras e pesadas desafiavam o calor do sol intenso, e se dirigiu ao alojamento.
Com um longo bocejo, concluiu entediado o relatório de monitoração horária. Os olhos ardiam, fustigados pela colorida claridade dos diversos monitores e pela miríade de pequenas luzes dos equipamentos a sua volta. Tomou novamente entre os dedos o anel, contemplando-o longamente sob a colorida penumbra da sala. Sentiu-lhe o peso. Admirou distraído a pedra negra e seu brilho hipnótico, feliz por havê-lo encontrado. Imaginava a vida ali há incontáveis anos atrás, o ourives que o havia forjado, a mão que adornara. E por horas deixou-se distraidamente absorver pelo objeto.
Mais tarde, já à noite, Mateus interrompeu brevemente a leitura e passou, cheio de enfado, uma rápida vista nos monitores à sua frente, certo de que nada demais havia para constatar ou anotar. Deveria estar em casa àquela hora, mas o sujeito que o revezaria no turno da tarde não pôde ir obrigando-o a dobrar a jornada. Nada que o incomodasse. Não havia nada de realmente importante a fazer longe dali naquele dia. Mais tarde sim, um sucessor viria assumir o posto no turno da noite e ele poderia ir sossegado para casa. Não tinha pressa em chegar. Sua esposa e sua filha estavam fora, passando uns dias com a avó adoentada, deixando-o só em casa. Pensou, desanimado, que teria ele mesmo que preparar o jantar, uma vez que o supermercado e a padaria não mais estariam abertos na hora em que estaria de volta à cidade. Olhou pela janela com um suspiro, contemplando o escuro matagal que cercava a estação. De súbito, o açoite de um cortante arrepio lhe correu o corpo como um violento choque elétrico. Estremeceu e retesou-se na cadeira sentindo-se gelar inteiramente. Poderia jurar ter visto, num relance, alguém ou alguma coisa parada de pé no alto do barranco mais acima do alojamento.

O que quer que fosse, porém, não estava mais lá quando fixou o olhar. Ainda correu os olhos ao redor para certificar-se de que não havia sido uma ilusão, mas não viu nada mais. Pareceu-lhe bastante real aos seus olhos o vulto estacado e imóvel na borda do matagal.
Por um bom tempo ficou a pensar no ocorrido, até que, horas mais tarde, o carro trazendo o seu substituto chegou para efetuar o revezamento, abstraindo-o de tal assunto. E após explicar sem delongas os relatórios, nos quais nenhuma ocorrência significativa constava, embarcou de volta a cidade, dezenas de quilômetros dali.
O automóvel cruzou o portão da estação, descreveu uma curva para a esquerda e desceu lentamente pelo declive que adentrava a floresta. A luz dos faróis revelando a densa folhagem e as grandes árvores enquanto ia atravessando cautelosamente a escuridão da mata, seguindo pela estreita estrada de terra até a rodovia, e Mateus contemplava a tênue luz da lua que se infiltrava entre os galhos retorcidos.
No dia seguinte, de volta ao trabalho, Mateus fazia uma de suas rondas rotineiras pelo topo da colina. Subiu sofregamente o íngreme barranco ao lado do alojamento sentindo o sol castigar-lhe a nuca. Um gavião piou ao longe. O vento assoviou em seu ouvido, sacudindo o matagal com um suave farfalhar. O silêncio e a quietude ali em cima eram desoladores. Sentiu a poeira grudando-se ao suor do seu rosto e pescoço. Ia tranqüilamente caminhando e esmiuçando o solo procurando algo que o interessasse, a exemplo do anel encontrado na manhã anterior, mas o que encontrou o fez lembrar imediatamente do susto que tomara na noite passada. Algumas marcas no solo e na vegetação indicavam, claramente, que alguma coisa havia caminhado ali durante a noite. Sentiu um calafrio na espinha e a sensação de gelo no estômago. Teria mesmo visto algo ali na noite passada? Examinou com mais cuidado as marcas no solo e o capim amassado e ressecado. Provavelmente algum lavrador curioso estivera por ali dando uma espiada. Desceu o barranco e se dirigiu ao alojamento. Precisava preencher os relatórios de serviço antes que o turno fosse encerrado.
À noite, já em casa, Mateus assistiu a TV após o jantar até que o sono lhe forçasse as pálpebras. Sentia-se orgulhoso por desta vez haver acertado a receita da sopa de legumes que sua esposa costumava fazer. Escovou os dentes e aconchegou-se na cama, sentindo prazerosamente a maciez limpa e seca dos lençóis. Estava de folga no dia seguinte, logo, poderia dormir até tarde. Um meio sorriso lhe repuxou os lábios enquanto abraçava o grande travesseiro de penas. E com estes agradáveis pensamentos, pousou o rosto sobre o perfumado travesseiro e adormeceu.
No meio da madrugada, porém, algo o fez despertar. Um penetrante e acre odor animal de suor e urina, misturado ao de cheiro repugnante de cadáver, impregnou o ar sobremaneira. A náusea que lhe revolveu o estômago em ânsias de vômito e a sensação de dedos quentes e ásperos que o fedor despertou em suas narinas o tiraram do sono como o som de um grito tiraria.
Sufocado, Mateus abriu os olhos. Uma rápida vista pela silenciosa penumbra que inundava quarto. Sua mesa de cabeceira, onde jazia seu exemplar de Misto Quente, o cinzeiro e um copo de água. O guarda-roupas com as portas fechadas, as paredes brancas que, na escuridão da madrugada, assumia um espectral tom de cinza onde as luzes da rua projetavam suas sombras. O teto igualmente cinzento e espectral, como as paredes. O dirigir os olhos para a porta sentiu seu sangue gelar nas veias, ao mesmo tempo em que lutava contra os espasmos de pavor que lhe correram o corpo e retinha um jato involuntário de urina que ainda chegou a lhe umedecer as cuecas. Ali, no escuro, pode discernir apenas um vulto parado de pé na porta aberta do quarto. Era grande. Mais alto que ele mesmo. O cheiro pestilento ardia em suas narinas e, do vulto, vinha o rumor de uma respiração pesada, quase um baixo rosnado. O que quer que estivesse ali parado, não dava a impressão de ser uma pessoa, não parecia ser humano. Horrorizado, sentiu-se petrificar de medo. Fechou os olhos sob o lençol, tentando conter o intenso tremor que o tomava por completo. Pode ouvir os passos da coisa se aproximar sem pressa. Um som ao mesmo tempo suave e áspero, como algo pesado movendo-se sorrateiramente e descalço. O fedor tornando-se mais forte, quase insuportável. O ruído de coisas sendo reviradas. Suas gavetas, as portas do armário, caixas. O som do rosnado baixo e grosso fazia seu estômago contrair-se numa ânsia de vômito. Por fim, os ruídos cessaram. Ouviu os passos se afastarem em direção a porta, e o cheiro foi aos poucos se dissipando no ar parado do quarto. Esperou ainda sob as cobertas algum tempo, mas por fim, desceu da cama e acendeu a luz. O quarto estava totalmente revirado. As gavetas e caixas atiradas ao chão. Roupas, sapatos e objetos diversos misturados e espalhados a sua volta. Obedecendo a um impulso que não soube explicar, Mateus procurou a caixa onde havia guardado o anel achado no topo da colina, encontrando-a vazia. Sentou-se na cama, com o suor porejando-lhe a testa, e acendeu um cigarro, deixando a fumaça de cada tragada lhe refazer os nervos enquanto recolocava no lugar suas idéias.

Créditos: Alexandre Ricardo de Santana
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terça-feira, 13 de setembro de 2016

18:30

O ACIDENTE

I

Ao segundo telefonema, D. Joana sentiu crescer no peito o aperto que horas antes começou a sentir, quando o primeiro telefonema perguntava pelo filho, César, que ainda não havia chegado à casa da sua irmã Ângela. Passara a tarde numa sutil, mas crescente, preocupação com a demora em receber notícias do filho, que na manhã anterior havia saído de casa com seus amigos da faculdade. Ao meio dia, olhando o céu nublado e opaco, sentiu uma inquietação lhe apertar o peito. No meio da tarde, no silêncio da casa vazia, o som do telefone tocando foi como uma sirene de ambulância, e o que ouviu de sua irmã somente aumentou o peso frio e doloroso em seu peito. Depois a sequência de telefonemas. Os pais dos amigos ligando uns para os outros. Os jovens já deviam ter chegado à fazenda, no sertão. Doze horas de viagem, quinze no máximo. Mas nada feito.
Eram cinco jovens de classe média, Juliana, Marcela, César, Tiago e Rodrigo. Todos animados com o início das férias, todos animados com o passeio. César havia chamado a noiva, Marcela, o casal de amigos Juliana e Rodrigo e mais um amigo, pois a fazenda da Tia Ângela ficava no alto da Serra Vermelha, depois do Vale do Monteiro, um lugar muito bonito e sossegado, ideal para alguns dias de descanso saudável. Mas algo havia saído errado.
No dia seguinte já estavam os parentes dos cinco refazendo o caminho percorrido pelos jovens no automóvel de Rodrigo. Funcionários de alguns postos de combustível pareciam lembrar-se do automóvel vermelho-vinho e dos cinco ocupantes. A imprensa local tomou conhecimento do caso, provavelmente acompanhando o movimento da polícia nas buscas, e o fato se tornou notícia. As emissoras locais de TV noticiavam o desaparecimento dos jovens, exibindo as fotos para que as pessoas pudessem reconhecê-los caso os vissem. A polícia começava a trabalhar com a ideia de sequestro ou acidente, intensificando as buscas. Nas casas dos familiares, não havia paz. Havia apenas tensão, insônia. Pais evitando pensar no pior, embora fosse difícil imaginar que tudo estivesse bem. Fazia já quatro dias que não se tinha notícia nenhuma dos jovens.
No final da tarde do quinto dia, um telefonema pôs fim à angústia, mas trouxe consigo toda a dor. Uma dor fria e pesada, acumulada por quatro dias como um engasgo seco e áspero. O automóvel, com cinco cadáveres a bordo, foi encontrado no fundo do Rio das Onças, cerca de quinze metros barranco abaixo á beira da Estrada da Serra, numa área de mata nativa de difícil acesso. Após horas de trabalho, o veículo foi guinchado e os corpos dos cinco ocupantes puderam ser resgatados e entregues aos familiares para o funeral. Marcas na pista indicavam que o motorista perdeu o controle do automóvel, talvez tentando evitar uma colisão com algum veículo em sentido oposto ou animal na pista, capotando em seguida e despencando no declive, vindo a afundar no rio. Na cidade onde viviam houve uma grande comoção e várias pessoas compareceram ao velório coletivo. Os jornais noticiaram a tragédia daquelas cinco vidas promissoras, interrompidas de forma tão breve e tão triste. Nenhum dos jovens tinha mais que 25 anos de idade. O laudo da perícia realizada no automóvel indicou que o mesmo estava a 97km/h, dentro do limite daquela via. O motorista havia freado o veículo, e não foram verificadas marcas de nenhum outro veículo na pista no local do acidente, reforçando a hipótese levantada pela polícia quando foi encontrado o carro sinistrado. Uma infeliz fatalidade, aparentemente sem culpados se não um trágico acaso.

II

César não deu nenhuma atenção ao clique metálico seguido do chiado característico quando alguém atrás dele, provavelmente Juliana ou Tiago, abriu uma lata de cerveja. Tamborilava o volante do Honda acompanhando as batidas, balançando os ombros e cantarolando baixinho ‘tchê tchê tchê...’ com os olhos atentos na estrada. Fazia quase uma hora que haviam saído do posto no trevo de Campina, onde assumira a posição de motorista para que Rodrigo descansasse e, naquele momento, acabava de fazer a conversão à esquerda para tomar a Estrada da Serra em meio a uma neblina baixa e suave. Os faróis do carro permitiam um vislumbre da mata fechada que iriam cruzar até o topo da Serra, dali a mais uns quarenta minutos ainda. Tiago e Marcela cantavam animadamente, acompanhando o som do carro e improvisando uma alegre dança no aperto do banco traseiro, ao som das sanfonas e violões. A floresta era densa e fechada á sua volta. Os galhos das árvores formavam um túnel através do qual o automóvel seguia em curvas. Estavam indo bem na estrada. Mais duas horas e chegariam no Vale de Monteiro. Se houvessem saído logo cedo, pela manhã, chegariam no início da noite, mas alguns imprevistos os fez saírem na hora do almoço. Doze horas dirigindo e deviam chegar entre meia noite uma hora da madrugada naquele fim de mundo. Esboçou um sorriso, imaginando os dias que teriam pela frente.
O carro fez uma curva em declive, cruzando o túnel verde de árvores. Foi nessa hora que tudo ocorreu. Nos instantes de maior trauma, a percepção temporal parece distorcer os minutos e segundos, alongando-os. Os olhos, mesmo num vislumbre de alguns segundos, capturam cada detalhe do que está á sua volta, e nossa mente retém cada detalhe do que ocorre. Os sons, imagens, um registro de nitidez impossível para um intervalo tão curto numa situação normal. César, que dirigia o carro, Rodrigo, sentado ao seu lado no banco do carona, e Marcela, sentada no meio do banco traseiro, puderam ver com clareza, e mesmo naquela fração de segundos, o horror lhes fez o sangue gelar. Uma coisa humanoide, pálida e esqueletal, vinha caminhando pela estrada. Os ombros recurvados, os braços longos e os dedos sinuosos e esqueléticos como raízes mortas. A cabeça cadavérica de lobo ou de um cão em cujas profundas e escuras órbitas oculares flamejavam olhos de um brilho demoníaco e fantasmagórico, e no alto da testa, um par de chifres em galhada que mais lembravam os ramos apodrecidos de uma árvore morta. E o som. O som que parecia vir das profundezas de outro mundo, um urro fantasmagórico e espectral soando profundo na noite. Aterrorizado, em meio aos gritos de pavor dos ocupantes do carro, César tenta desviar da medonha aparição. Ainda ouve o urro aterrador soando na escuridão enquanto o carro capota e despenca no barranco, afundando no rio.


Autor: Alexandre Ricardo de Santana.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

16:24

ACONTECEU ALGO INEXPLICÁVEL AQUELA NOITE!



Era uma noite normal como qualquer outra, coloquei as cobertas na cama para dormir, e estendi da seguinte forma (essa parte é muito importante): lençol, edredom, cobertor. Ou seja, o cobertor ficou por cima, o edredom no meio e o lençol em baixo.

Então meu marido e eu fomos dormir, durante aquela madrugada, senti por várias vezes um ar gelado um arrepio e uma sensação de que havia mais alguém no quarto, porém como estava muito cansada continuei a dormir. Me acordei as 3:07 da madrugada com muita vontade de fazer xixi, fui até o banheiro, e ao voltar para o quarto senti como se alguém passasse por mim, meu corpo arrepiou-se completamente, deitei na cama (que estava ainda da mesma forma que eu havia estendido) e tentei voltar a dormir.
Demorei um pouco para dormir, mais acabei pegando no sono novamente. Quando amanheceu o dia e o relógio despertou ao acordar levei um susto tão grande que meu corpo tremia completamente, minhas cobertas estavam todas ao contrário, porém estendidas corretamente, como se estivesse sido feita por alguém. Estavam na seguinte ordem: Cobertor, edredom, lençol, ou seja, o cobertor por baixo o edredom no meio e o lenço por cima, completamente ao contrário do que eu havia feito antes de dormir.


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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

15:53

CHAMADAS MISTERIOSAS

No dia 12 de setembro de 2008, um trem na Califórnia, EUA, ultrapassou o sinal vermelho e se colidiu com um trem de carga, matando 25 pessoas.

A família de Charles Peck, sabendo que ele estava no trem, assistia apavorada o noticiário à espera de notícias do homem. E depois receberam uma chamada, em seguida, outra, e outra, tudo a partir do telefone celular de Charles.
Um membro da família após o outro recebeu a chamada, recebendo 35 chamadas no total.

A polícia conseguiu encontrar o corpo de Charles entre os destroços, acompanhando o sinal do telefone celular, mas infelizmente ele estava morto. Até hoje como essas chamadas foram enviadas permanece um mistério. Embora nenhuma investigação adicional tenha sido feita sobre o caso, ficou concluído que uma falha técnica no celular foi o que causou todas as chamadas.


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