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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A Entidade

Eu sempre desafiei o sobrenatural e nunca vir nada de impressionante acontecer até...

Eu sou Júlio e faço parte de um grupo seleto de seguidores de satã e tenho 16 anos e outrora nunca acreditei muito nas doutrinas religiosas do mundo, o motivo pelo qual fiz parte dos seguidores de satã foi especialmente para um único objetivo que é adquirir conhecimento sobre a ciência.

"A religião luciferiana é uma religião séria, os praticantes têm como base figurativa o próprio Lúcifer e dividem-se desta forma: luciferianismo tradicional ou teístas: vendo Lúcifer como um ser físico".

"Luciferianismo simbólico ou agnóstico:crença em Lúcifer como um símbolo de luz, conhecimento, crescimento individual e auto-aperfeiçoamento".

***
Eu achava o máximo aprender com os mais sábios, eu participava de todos os cultos e celebrações afim de conhecer mais afundo todos os métodos científicos que lá eram fortemente defendidos e incentivados.

Em uma noite qualquer estava eu voltado de uma celebração e me vi sendo acompanhado por alguns membros da organização, eram seis no total, como é de costume todos estávamos usando capas vermelhas e isso dificultava ainda mais o reconhecimento, um dos membros gritava o meu nome:

– Júlio? – Eu paro e olho para traz com certa desconfiança – Quem é você?

– Eu sou Isaque e esses são meus amigos, nós estávamos procurando um sétimo membro para fazer um ritual, vimos você passando e decidimos pedir sua permissão, poderia nos ajudar?

– Vocês sabem que eu não acredito muito nessas coisas de magia, eu só me interesso pelo ramo cientifica na qual a igreja me proporciona.
– Tudo bem Júlio, não é necessário acreditar só nos acompanhe.

Eu fiquei meio inseguro com esta abordagem de Isaque e um pouco perplexo, já passava das 2h:00 e a noite ecoava as trevas cresciam conforme as horas foram passando, uma noite perfeita por sinal, eu não queria recusar e estava bastante curioso para ver o que ia dá... então eu disse – Tudo bem Isaque, vou ajudar vocês.

Isaque sorriu – Júlio precisamos ir a um cemitério e não podemos mais perder tempo.

Eu já acostumado a ir em cemitérios não achei estranho o pedido e simplesmente aceitei o pedido sem questionar.

Chegando ao cemitério Isaque começa a me explicar o seu objetivo – Júlio é o seguinte: chamamos você aqui para nos ajudar com um ritual, chama-se ritual de desbloqueio para ver entidades.

Olhei fixamente para os olhos de Isaque e revirei os meus, Isaque me olha e diz – Eu sei que você não acredita por isso trouxemos você para que testemunhe o poder do nosso mestre lucífer.

Eu já meio inquieto e sabia que isso não iria funcionar, aff já havia presenciado muitos fracassos, fiquei quieto e já com uma expressão tediosa continuei ouvindo Isaque.

– Júlio, existe uma serie de “bloqueios” e “travas” tanto no subconsciente como no consciente humano que impossibilitam que vejamos ou sentimos alguns fenômenos que acontecem durante os rituais que praticamos.

Com o tempo e com a evolução eles vão se extinguindo, mas quando se trata de um iniciante na magia como nós sete isto é latente e é uma barreira que devemos superar hoje.

Neste ponto interromper Isaque,
– Espere Isaque eu não vou participar desse ritual diretamente certo? Eu sei que vai falhar de novo.

– Calma Júlio, só escute! Algum tempo atrás um iniciante me pediu para tentar retirar alguns de seus “bloqueios” conscientes, para que pudesse enxergar e sentir o que acontece através de um ritual, porém naquela época eu não tinha conhecimento e agora eu o farei com a ajuda de vocês.

Eu estava desacreditado em tudo que o Isaque estava falando, eu tinha uma certeza maior que aquela baboseira toda ia falhar eu sabia disso... mas eu vi que Isaque estava determinado então ele continuou a me explicar.

– Todos aqui sabem que eu segui à risca tudo o que tinha lá nas inscrições do ritual, não comer carne vermelha, não fiz sexo, e nem esperdicei energia vital (sêmen) nesses três últimos dias, e tem mais uma coisa todos devem ficar em silêncio quando eu estiver pronunciando as palavras do ritual.

Tim, Felipe, Carlos, Hugo e Maria já fizeram sua parte do ritual três dias atrás, eles só estão aqui para me observar.

Eu fiquei curioso sobre o que os outros membros ali presentes fizeram, então sem rodeios fiz a minha pergunta direta – Isaque o que eles fizeram nestes três dias atrás?

– Bom, Júlio eles esconderam os materiais que constava lá nas inscrições do ritual, lá tinha seis velas pretas, uma pemba vermelha, um litro de cachaça, e uma porção de óleo, eles esconderam tudo aqui no cemitério e é um procedimento importante para que o ritual funcione.

Tudo aquilo não era novidade para me, afinal até eu já havia feito oferendas várias vezes em favor da nossa cultura.

***

Já era exatamente 3h00 da madrugada e o Isaque iniciou o procedimento, ele pegou a pemba vermelha e desenhou um pentagrama com uma cruz invertida no meio e em cada umas das pontas da estrela ele colocou uma vela preta, depois ele pegou a garrafa de cachaça e molhou o desenho, após ter feito isto o mesmo ficou ao centro da estrela de joelhos.

Isaque então começou a pronunciar estas palavras...

– Presto louvores e honrarias a todas entidades presentes e eu venho exaltar e engrandecer todos os demônios que operam neste local, que minha voz ecoe no plano espiritual afim de que as setas que atuam neste horário e neste território sejam louvadas e engrandecidas, escutem meu clamor e em nome de satã e o do grande adversário (Deus).

Após Isaque pronunciar tais palavras o mesmo ficou em silêncio por alguns minutos.

Isaque abaixou a cabeça e começou a grunhir alguma coisa, eu não conseguir entender e os amigos de Isaque começaram a ficar com medo da situação e tentaram se aproximar, Isaque estava tendo um ataque, algum tipo de convulsão não sei.

Eu me aproximei de Isaque e toquei em suas costas e sentir o corpo dele vibrar em sinal de repulsa ao meu toque, ele estava muito quente, imediatamente eu me afastei e perguntei:

– Isaque você está bem? E alguma coisa respondeu e eu sabia que aquilo não era Isaque.

– Isaque? Hahahaha quem você está chamando meu jovem? Temos muitos nomes aqui.

Fiquei chocado com tal situação e eu tinha certeza que alguma coisa possuiu o corpo do Isaque apesar de não acreditar muito nisso, mas sabíamos que não era ele, a voz estava mudada e parecia que muitos falavam ao mesmo tempo como um coral.

Em um surto de pânico os amigos de Isaque começaram a correr dentro do cemitério desesperadamente.

A coisa começou a rir, e era bem rápido, a velocidade por sinal era sobre humana, ele segurou o pescoço do Tim e jogou a cabeça dele contra a primeira lápide que este monstro viu, no mesmo instante a cabeça do Tim estourou por causa da tamanha força. Eu fiquei horrorizado com aquela cena e cair de joelhos no chão...

O próximo foi Felipe e Maria, eles tinham se escondido dentro de um mausoléu, aquela criatura estava ainda mais implacável, rompeu a grade do mausoléu com muita facilidade e entrou, eu só conseguir ouvir os gritos dos dois lá dentro.

Eu ainda estava estarrecido com a situação que eu mesmo me encontrava, não tinha ideia que a invocação do sobrenatural podia realmente dá certo, e agora eu sabia que “Tudo” era verdade, porém não sei se vou sair vivo para lembrar.

Carlos e Hugo foram os próximos eles já estavam perto do muro, a criatura saiu de dentro do mausoléu com risos, parecia que eram muitos rindo ao mesmo tempo, então a criatura correu numa velocidade incrível em direção aos dois, aquela coisa agarrou a cabeça daqueles pobres rapazes e esfregou ambas na parede sem demonstrar nenhuma recusa.

Eu sabia que eu era o próximo, a criatura veio em minha direção com passos serenos e com o traje todo ensanguentados, eu estava parado olhando para a criatura com os pensamentos confusos e o meu corpo estava tremendo prevendo o pior.

Aquela coisa veio em minha direção e se ajoelhou também encostando seus lábios no meu ouvido esquerdo e dizendo:

– Agora você sabe não é Júlio, nós existimos e vamos sempre existir, nosso mestre nos mandou aqui para pegar todos vocês.

Quer saber nosso nome? Ah é você não está em condições de falar conosco, mesmo assim vou dizer, nosso nome é “Legião”.

Senti meu corpo frio ao toque daquela coisa, mas eu sabia o que estava por vir, no meu tórax sentir um aperto, eu não sentia dor, tudo estava ficando frio e notei que a criatura se afastava de me com algum em suas mãos que se mexia, então a coisa disse:

– Meu mestre reivindica suas almas hoje!

Neste instante entendi o que ele estava segurando naquele momento, e era o meu coração.

Autor: Thayy Pantrigo

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