Um homem chamado José Ramos, que era na verdade um inspetor de polícia de Santa Catarina, teria comprado (ou alugado) uma casa na antiga Rua do Arvoredo (atual Rua Fernando Machado), de um sujeito chamado Carlos Klaussner, antigo dono de um açougue que funcionava no mesmo endereço.
Consta que o tal homem gostava de música, frequentava o recém-inaugurado Teatro São Pedro, andava bem vestido, enfim, era, como se dizia na época, um boa-vida. Tempos depois ele conheceu Catarina Palsen, com quem passou a viver, e a praticar os tais crimes. Ao que tudo indica, ela, Catarina, de origem húngara, e de grande beleza, "atraía" as vítimas para a tal casa-açougue, para que fossem mortas por José Ramos. Esquartejadas, com a carne eram fabricadas linguiças e vendidas no comércio de Porto Alegre, que tinham, por sinal, muito boa "aceitação". Nesse ponto "inicia-se a lenda", pois os processos criminais a que José Ramos respondeu existem, mas neles não consta que as vítimas eram transformadas em linguiça.
Segundo o historiador Décio Freitas, autor do livro O Maior Crime da Terra, os processos estão incompletos, faltam folhas, é todo manuscrito em português arcaico de difícil leitura e se realmente a história é verdadeira, nunca se saberá, pois somente as folhas faltantes nos autos é que poderiam dar algum indício sobre a veracidade das tais linguiças, ou não. O fato é que hoje existe o crime; porém, as provas sobre as linguiças fabricadas com carne humana foram consumidas no decorrer do processo e o passar dos tempos.
A Cena do Crime
Em 18 de abril de 1864, a polícia de Porto Alegre deparou-se com uma cena de crime horripilante: no porão da casa de José Ramos e Catharina Palse, na Rua do Arvoredo, estavam enterrados os pedaços de um corpo humano, já em avançado estado de decomposição. O cadáver havia sido retalhado, com a cabeça e membros separados do tronco, e este, por sua vez, repartido em vários pedaços. A vítima foi identificada: era o alemão Carlos Claussner, dono de um açougue na Rua da Ponte. Ao examinar um poço desativado, no terreno dos fundos da casa, a polícia encontrou os corpos do taverneiro Januário Martins Ramos da Silva e de seu caixeiro, José Ignácio de Souza Ávila, de apenas 14 anos, igualmente esquartejados. As buscas no poço prosseguiram, tendo a polícia encontrado ainda o cadáver de um cachorrinho preto, rasgado da garganta ao ventre. A motivação dos crimes era evidente: Ramos e Palse mataram para se apossar dos bens de suas vítimas, com exceção do caixeiro e do cãozinho, que foram mortos como queima de arquivo. Os crimes causaram repugnância, especialmente depois que uma série de boatos davam conta de que o casal assassino fazia linguiça com a carne das vítimas e vendia o produto num movimentado açougue de Porto Alegre. A polêmica sobre a veracidade da linguiça de carne humana até hoje divide os gaúchos.Fonte: Wikipédia
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